Minuto da História: setembro 2015

NÃO HÁ DIA FÁCIL

MARK OWEN

    O autor, de nome fictício, é um ex-militar norte-americano da unidade de elite Team Six, do SEALs, enquadradas no Corpo de Fuzileiros Navais (Marines) de seu país. Nesse livro ele relata brevemente sua vida antes de entrar para Marines e os processos seletivos que foi submetido para integrar essas unidades de elite.
    Após esse capítulo de introdução ele relata algumas operações que participou ao longo de quase vinte anos de carreira, dentre elas o resgate do Capitão Philips, do navio mercante Maersk Alabama, sequestrado por piratas somalis na costa africana, e sua participação em Forças-Tarefa (Task-Forces) do J-SOC (Joint Special Operations Command) com outras tropas de elite, como os Delta Force, do US Army no Afeganistão e Iraque. O àpice da obra acontece quando ele relata, através da ótica de sua participação, a Operação Lança de Netuno (Neptune Spear), que matou o terrorista Osama Bin Laden. Além desses relatos, o autor descreve as dificuldades enfrentadas pelos militares em batalhas pelo mundo contra o Terrorismo e as dificuldades desses militares no regresso a vida civil cotidiana, após darem baixa das Forças Armadas.
    A obra possui uma narrativa rápida e objetiva, relatando toda a ação das operações militares, tornando a leitura rápida e emocionante, além de despertar no leitor o interesse por outras literaturas e aprofundar seu conhecimento a cerca do tema.

NOTA:

A resenha foi escrita pelo autor do Blog

Operação Valquíria

Foi uma tentativa de Golpe de Estado realizada por opositores do governo Nazista para salvar a Alemanha do desfecho trágico que se encaminhava em 1944, durante a segunda guerra mundial.

ANTECEDENTES:

Era 1944, Segunda Guerra Mundial, o Regime Nazista já havia cometido diversos crimes contra a humanidade e erros estratégicos que estavam levando a Alemanha para a ruína física e moral. Diante disso, grupos opositores do governo de Hitler arquitetavam a queda do ditador e assim, um rumo menos trágico para o país através da capitulação e acordos com os Aliados, diferente da derrota em campo, que estava cada vez mais eminente.

CONSPIRADORES:

Stauffenberg

Olbricht

Os principais conspiradores eram oficiais de alta patente do exército regular alemão, Wehrmacht, cujo núcleo ativo estava no Departamento do Exército Geral, Allgemeine Heeresamt, em Berlim. Dentre eles podemos citar:

General Ludwig Beck, da reserva
General Friedrich Olbricht, chefe do Allgemeine Heeresamt

Tenente Coronel Claus von Stauffenberg, membro mais ativo do atentado de 20 de julho de 1944.

O PLANO:

A Operação Valquiria (Operation Walküre) era um plano de contingência criado por Hitler para defender com o Exército Reserva os pontos sensíveis do Reich, principalmente em Berlim, em momentos de ameaça interna ou externa.

Primeiro passo - Era assassinar Hitler (Führer) e os principais membros do governo, Himmler e Goering, através de um atentado a bomba em uma das reuniões de comando e estratégia.
Segundo passo - após a confirmação da morte do Führer, seria acionado, por Stauffenberg, a operação Valquiria, sob alegação de que a SS (Schutzstaffel, organização paramilitar do governo) estava tentando um golpe de Estado e havia matado Hitler em um atentado.
Terceiro passo - após o Exército Reserva prender ou executar os membros da SS e tomar principais pontos do Reich, seria instaurado um governo emergencial pelo Alto Comando do Exército.
Quarto passo - o governo negociaria a paz com os países Aliados, restando apenas a guerra com a União Soviética.

A EXECUÇÃO:

O atentado ao Führer seria executado por Stauffenberg durante uma reunião em um bunker no Covil do Lobo, Wolfsschanze, na Prússia Oriental no dia 20 de julho de 1944. Porém alguns erros sequenciais foram cruciais para o fracasso do atentado e por consequência, do restante do golpe de estado:

- o local da reunião foi mudado para uma cabana de madeira, o que dispersaria parte da pressão da explosão;

- a pasta com os explosivos, que estava debaixo da mesa de reuniões, foi deslocada por um militar ( a pasta o incomodava) para próximo da base da mesa , de madeira maciça, que foi fundamental para absorver parte da explosão e minimizar os danos a Hitler;

- Stauffenberg estava confiante do sucesso da explosão e retornou para Berlim sem confirmar as mortes;

- Os responsáveis por confirmar e transmitir a morte de Hitler falharam e a partir dai as ordens ficaram confusas;

- Diante das informações confusas, muitos dos conspiradores envolvidos recuaram em suas missões no golpe.

- O comandante das tropas reservas, Major Otto Ernest Remer, desconfiou das ordens confusas durante a execução das prisões de membros da SS. Mesmo assim, foi até o gabinete de Goebbels para lhe prender, porém esse já havia restabelecido contato com Hitler, e então o Major falou com o próprio Fuhrer ao telefone, recebendo ordens expressas de prender e executar sumariamente os conspiradores.

- Stauffenberg (que já estava em Berlim coordenando o restante do plano) e os outros principais conspiradores foram presos e executados sem julgamento.


Goering inspeciona local do atentado

CONSEQUÊNCIAS:

Adolf Hitler saiu praticamente ileso desse atentado (mais um entre vários que sofreu), o que reforçou sua teoria de interferência e proteção Divina. Assim ele seguiu ainda mais incisivo em suas estratégias de guerra, ignorando o caos e a derrota eminente de suas tropas e de seu país na guerra.

Após o atentado, houve uma forte repressão ao alto comando do exército e diplomatas na Alemanha, em busca de conspiradores, o que ocasionou em prisões, a queda de credibilidade no assessoramento desses e até mesmo na deposição dos cargos que ocupavam.

REPRODUÇÕES:

Operação Valquiria (Valkyrie, 2008) - filme que retrata a tentativa de golpe com grande fidelidade histórica através da visão de Stauffenberg (Tom Cruise).